A
frase “não está fácil para ninguém”, popularmente dita em época de crise
financeira, nunca fez tanto sentido. E realmente não está. Desde a dona de casa
que reduziu as compras nos supermercados até para os governos municipais,
estadual e federal que anunciaram vários cortes para amenizar os efeitos
causados nas contas públicas.
O
efeito cascata atinge principalmente os municípios, já que a corda sempre
arrebenta para o lado dos mais fracos. No Espírito Santo, a situação não é das
melhores. Como o governador Paulo Hartung (PMDB) disse em entrevista exclusiva
ao Folha Vitória, o Estado “fez pose de novo rico”. Mas se não está fácil nem
para a classe média emergente, não seria diferente para o Estado que se
destacava em todo Brasil por seu desempenho econômico.
Na
última reunião realizada pela Associação dos Municípios do Espírito Santo
(Amunes) com membros da bancada capixaba no Congresso, o clima era de total
desolação, principalmente por que muitos prefeitos estão com a corda no pescoço
e não conseguem sequer enxergar uma luz no fim do túnel.
A
sensação de desespero era nítida no olhar de cada um deles, ainda mais quando
os deputados e senadores jogaram a real situação da União durante o encontro.
Ou seja, quem acreditava que ainda podia ter uma esperança saiu da reunião
ainda mais pessimista. A ficha, de fato, caiu.
Aquela
angústia que tira o sono de qualquer cidadão endividado agora também atinge
alguns prefeitos, principalmente àqueles com baixa arrecadação. Em conversa com
a Coluna, um deles explicou que a situação é preocupante. “Quem chegou mal,
saiu pior”, disse após o encontro da Amunes.
E
a tendência é só piorar. Já tem gente até pensando em entregar os pontos. Em
ano véspera de período eleitoral, a crise, fatalmente, vai se refletir nas
urnas. Em um pouco mais da metade do mandato quem conseguiu fazer o dever de
casa pode sair na frente.
O
mesmo não acontece, por exemplo, para quem precisou organizar as dívidas para
depois fazer as realizações para apresentar à população. Durante a campanha vai
ser difícil exibir no programa eleitoral as benfeitorias, já que com
dificuldades no caixa, as obras serão cada vez artigos de luxo.
Aqueles
prefeitos que conseguiram cortar gastos e ainda economizar (são poucos) podem
ter uma certa vantagem junto ao eleitorado. Os que não estão nesta situação,
terão dificuldades de se reelegerem. Se é que ainda querem, visto que com essa
crise a sensação é de jogar a toalha. Não está fácil para ninguém mesmo.
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