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terça-feira, 19 de maio de 2015

A FICHA DOS PREFEITOS CAIU. É FEIA A CRISE PARA OS MUNICÍPIOS

A frase “não está fácil para ninguém”, popularmente dita em época de crise financeira, nunca fez tanto sentido. E realmente não está. Desde a dona de casa que reduziu as compras nos supermercados até para os governos municipais, estadual e federal que anunciaram vários cortes para amenizar os efeitos causados nas contas públicas.

O efeito cascata atinge principalmente os municípios, já que a corda sempre arrebenta para o lado dos mais fracos. No Espírito Santo, a situação não é das melhores. Como o governador Paulo Hartung (PMDB) disse em entrevista exclusiva ao Folha Vitória, o Estado “fez pose de novo rico”. Mas se não está fácil nem para a classe média emergente, não seria diferente para o Estado que se destacava em todo Brasil por seu desempenho econômico.

Na última reunião realizada pela Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes) com membros da bancada capixaba no Congresso, o clima era de total desolação, principalmente por que muitos prefeitos estão com a corda no pescoço e não conseguem sequer enxergar uma luz no fim do túnel.

A sensação de desespero era nítida no olhar de cada um deles, ainda mais quando os deputados e senadores jogaram a real situação da União durante o encontro. Ou seja, quem acreditava que ainda podia ter uma esperança saiu da reunião ainda mais pessimista. A ficha, de fato, caiu.

Aquela angústia que tira o sono de qualquer cidadão endividado agora também atinge alguns prefeitos, principalmente àqueles com baixa arrecadação. Em conversa com a Coluna, um deles explicou que a situação é preocupante. “Quem chegou mal, saiu pior”, disse após o encontro da Amunes.

E a tendência é só piorar. Já tem gente até pensando em entregar os pontos. Em ano véspera de período eleitoral, a crise, fatalmente, vai se refletir nas urnas. Em um pouco mais da metade do mandato quem conseguiu fazer o dever de casa pode sair na frente.

O mesmo não acontece, por exemplo, para quem precisou organizar as dívidas para depois fazer as realizações para apresentar à população. Durante a campanha vai ser difícil exibir no programa eleitoral as benfeitorias, já que com dificuldades no caixa, as obras serão cada vez artigos de luxo.


Aqueles prefeitos que conseguiram cortar gastos e ainda economizar (são poucos) podem ter uma certa vantagem junto ao eleitorado. Os que não estão nesta situação, terão dificuldades de se reelegerem. Se é que ainda querem, visto que com essa crise a sensação é de jogar a toalha. Não está fácil para ninguém mesmo.

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