Queda
é motivada por cenário político mais calmo e por expectativas de que EUA
demorem mais para aumentar juros
O
dólar fechou em queda de mais de 1% ante o real nesta segunda-feira, a 2,92
reais na venda, mantendo a tendência das últimas quatro semanas. O movimento é
conduzido pela expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central
americano) demore mais para iniciar o processo de elevação dos juros nos
Estados Unidos. A moeda americana caiu 1,13%, após recuar 1,25% na sexta-feira.
É o menor patamar desde o dia 2 de março, quando a moeda terminou cotada a 2,89
reais. Segundo dados da BM&FBovespa, o giro financeiro ficou em torno de
1,4 bilhão de dólares.
A
recente tendência de queda da moeda americana ante o real reflete um cenário
político mais calmo no Brasil e dados econômicos que mostram uma recuperação
mais lenta que o esperado nos Estados Unidos. “Ainda tem um eco em relação à
questão política local que está mais tranquila. Além disso, o dólar ficou ao
redor de 3,10 reais por um tempo até conseguir romper os 3 reais a duras penas.
Agora está se sustentando abaixo (dos 3 reais) e pode buscar os 2,90 reais”,
disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
No
entanto, a negociação da moeda americana abaixo dos 2,90 reais deve encontrar
mais resistência, já que, apesar do otimismo com a situação política, muitas
medidas fiscais ainda dependem de aprovação do Congresso Nacional. “Para cair
mais tem que ter bases mais sólidas, mais definições com relação à política
fiscal, por exemplo. Se tiver uma queda abaixo dos 2,90 reais vai ser mais
especulação do que qualquer outra coisa”, disse o diretor de câmbio do Banco
Paulista, Tarcísio Rodrigues.
Agenda
Na
quarta-feira, os Estados Unidos divulgam os dados do Produto Interno Bruto
(PIB) do primeiro trimestre pela manhã e, durante a tarde, acontece o anúncio
da decisão de política monetária pelo Fed. “A visão de que a economia dos EUA
retornou a um caminho de crescimento forte o suficiente para permitir ao Fed
iniciar a normalização da política monetária tem sido desafiada por uma série
de dados decepcionantes. Isto vai culminar com a primeira estimativa do PIB do
primeiro trimestre, em 29 de abril”, disse a Brown Brothers Harriman, em
relatório a clientes.
Bolsa
A
Bovespa fechou a primeira sessão da semana em queda, afetada por movimentos de
realização de lucros após fortes ganhos nos últimos pregões. De acordo com
dados preliminares, o Ibovespa, principal índice, caiu 1,82%, a 55.566 pontos,
com as ações da Petrobras entre as maiores pressões negativas. O volume
financeiro da sessão somava 6,4 bilhões de reais.
Depois
do forte avanço após a divulgação do balanço, as ações da Petrobras encerraram
o pregão de segunda-feira em queda de mais de 7%. As ações ordinárias, com
direito a voto, caíram 7,79%, enquanto as preferenciais, sem direito a voto,
recuaram 5,05%.
Fonte:
VEJA
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