SÃO PAULO — Diante
de um número reduzido de simpatizantes, o ex-presidente Lula afirmou na noite
desta quinta-feira, em ato na Avenida Paulista contra a sua condenação pelo
juiz Sergio Moro, que seus adversários se valem de processos porque não
conseguem derrotá-lo na política.
— Como não conseguem me
derrotar na política, querem me derrotar com processo — discursou.
Os simpatizantes de Lula
ocuparam pouco mais de um quarteirão da Paulista. Na última vez em que o
ex-presidente havia participado de um ato poĺítico no local, na greve geral do
dia 15 de março, o público tomou cerca de cinco quarteirões da avenida.
Novamente, voltou a desafiar os
integrantes da força-tarefa da Lava-Jato e Moro:
— Nenhum deles é mais honesto
do que eu neste país.
Também insistiu que os
investigadores não apresentaram contra ele.
— Se o Ministério Público e o
juiz Moro tiverem um prova de que eu desviei cinco centavos, apresentem e me
desmoralizem e me prendam.
Lula disse que o objetivo das
investigações é impedir a sua candidatura.
— Eu não sei se vou estar vivo
para ser candidato, mas eles querem impedir que eu seja indicado pelos partidos
de esquerda oara ser candidato — afirmou
Em seu discurso, Lula atacou a
reforma da Previdência e trabalhista.
— Se vocês elegerem
comprometido com os trabalhadores, vamos ter que desmontar a desgraceira que
eles fizeram.
Também voltou a dizer que a
elite brasileira não aceita que os mais pobres obtenham direitos, como o de
cursar uma universidade.
— A elite deste país nunca
gostou que pobre tivesse direito de estudar.
O petista também defendeu a
renúncia do presidente Michel Temer, conclamou eleição direta e atacou
adversários políticos. Num discurso indireto, criticou o prefeito João Doria, quando
disse que a cidade nunca teve tantos moradores de rua como atualmente.
— Esse é o primeiro ato, vão
ter outros pelo país afora. Eles têm que saber que vamos conquistar eleições
diretas para reestabelecer a democracia — disse Lula, de cima de um palanque ao
lado de correligionários.
A manifestação, convocada pelo
PT e por movimentos sociais, tinha como mote “Eleição sem Lula é Fraude”, numa
tentativa de se contrapor a um eventual confirmação da sentença de Moro pelo
Tribunal Regional Federal da 4 Região (TRF4), o que o impediria o petista de
disputar a Presidência da República no próximo ano.
— Sem Lula não é eleição, é
fraude — discursou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT),
Vagner Freitas, que convocou os militantes a irem a Curitiba no dia 13 de
setembro, quando o ex-presidente terá que depor novamente diante de Moro,
apesar de audiência estar programada para acontecer por videoconferência.
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