Parceria entre o projeto Sebrae no
Semiárido e o Banco do Nordeste libera as primeiras linhas de crédito para
produtores enfrentarem estiagem totalizando R$ 264 mil.
Ladeada pela vegetação esbranquiçada e
seca, a estrada que dá acesso ao assentamento de Ramada I, localizado no
município de Ielmo Marinho (distante 54 quilômetros de Natal) seria mais um
cenário típico em períodos de estiagem no semiárido, não fosse pelo manto verde
das plantações de abacaxi. As lavouras resistem graças ao empenho dos
produtores ligados à Associação de Desenvolvimento Rural Sustentável da
Comunidade de Ramada I. Os 22 agricultores associados foram os primeiros
contemplados com linhas de crédito emergenciais do Banco do Nordeste, no valor
de R$ 12 mil reais cada. Os contratos avaliados em R$ 264 mil foram assinados
nessa terça-feira (13) em Ramada I com parte das ações do projeto Sebrae no
Semiário, desenvolvido pelo Sebrae no Rio Grande do Norte juntamente com o
Banco do Nordeste.
De acordo com o presidente da
associação, José Xavier de Andrade Júnior, não foram registradas perdas de
produção neste ano, mas, se o período de estiagem se estendesse sem ações
enérgicas, a redução seria inevitável. “Com o dinheiro, vamos investir na
compra de equipamentos para irrigação. Isso vai diminuir os custos e permitir
uma autonomia maior de cada agricultor na hora de irrigar seu cultivo”, diz.
Segundo o produtor, o crédito vem reforçar também o ânimo dos assentados, que
ganham disposição para enfrentar a estiagem. “Não vamos deixar isso aqui cair
não, ainda temos muita coisa para fazer no assentamenoto”.
O diretor técnico do Sebrae-RN, João
Hélio Cavalcanti, participou da solenidade de concessão do financiamento e
destacou a importância de ações para auxiliar os pequenos produtores do Estado.
“Num período crítico como esse é necessário que estejamos mobilizados para
garantir a sobrevivência, principalmente dos pequenos produtores”. João Hélio
Cavalcanti enfatizou a importância da parceria com instituições como o Banco do
Nordeste e reiterou junto aos produtores que o comprometimento e o bom uso do
crédito liberado pela instituição são fundamentais para o enfrentamento da
seca.
A estiagem já assola grande parte do
território potiguar. Hoje, 139 dos 167 municípios do Rio Grande já decretaram
estado de emergência em função da falta de chuvas. Uma seca que tem reflexos
diretos na pecuária, chegando a dizimar 200 mil cabeças do rebanho leiteiro até
agora, conforme dados da Federação da Agricultura do Rio Grande do Norte
(Faern).
“Nesse momento em que o Rio Grande do
Norte sofre com mais um período de estiagem prolongada, temos como prioridade a
liberação de recursos destinados a mitigar os efeitos da seca e incentivar o
fortalecimento das estruturas produtivas, de forma que possam ter
sustentabilidade em longo prazo”, diz o superintendente em exercício do Banco
do Nordeste no Rio Grande do Norte, Sérgio José da Silva Santos, durante a
assinatura dos contratos no assentamento.
De acordo com o gestor do projeto Sebrae
no Semiárido, Ângelo Baeta, os produtores contemplados com o financiamento
emergencial do banco passam a receber do Sebrae consultoria técnica e de
gestão, para garantir o bom uso dos recursos. “Se o produtor tem o perfil para
receber esse crédito, o projeto Sebrae no Semiárido irá capacitá-lo em boas
práticas de tecnologias sociais para enfrentamento da seca e noções de controle
financeiro”, explica. Após o período de consultoria, os produtores atendidos
receberão um plano de enfrentamento da estiagem a médio e longo prazos. Desde
que foi firmado o convênio com o BNB, o Sebrae já encaminhou 43 propostas de
crédito aprovadas, um montante equivalente a cerca de R$ 1,2 milhão.
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